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A mostrar mensagens de setembro 10, 2017

TRATADO DO CANTE - Almanaque:

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ALENTEJO NÃO DIVIDIDO Água e pão Meu Alentejo Minha vida E minha morte Meu cante chão Meu Alentejo Uno e nobre Audaz e forte Meu Alentejo Não dividido Antes a morte Que tal sorte In: “Meu Alentejo Total”, de Manuel Geraldo. Capa e ilustrações de H. Mourato. Foto da contra-capa de Leonardo Dinis. Edições Margem. 1998. Pág. 11.

TRATADO DO CANTE - Almanaque:

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CORAL ALENTEJANO Cantas no teu coral! o trigo-solidão no teu cantar as curvas de cansaço na tua voz há um abraço-terra na tua fala a fome de um abraço cantas o Alentejo-terra-seca corpos mirrados sem cor palha seca como cama pão na arca de bolor cantas filhos-pés-descalços filhas-esfhadas nos montes a água seca nas fontes a pele de trigo malhada cantas e sofres cantando o canto das outras gentes canto de corpos contentes mesa farta cama leve para ti a sorte é tão breve no entanto tão pesada e tu cantas cantas tristeza-saudade derrota do só-desejo quem dera que eu não sentisse                    o teu coral alentejano. Moita Macedo – Nasceu a 17 de Outubro de 1930, em Benfica do Ribatejo. Como poeta tem colaboração dispersa na imprensa regional.   In: “Cantares de amigo – Poemas”. Foto da capa de pintura de Álvaro Gonzaga. Edição da Câmara Municipal de Almada. 1983. Pág.s 99/100

TRATADO DO CANTE - Escrito:

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“PRECE  (…) A terra dói-se. E tu canta, companheiro, a tua estrofe rebelde à nascença de um rio! Não violes as gruas do silêncio, implantadas ao rés das choupanas dos zagais. Acende a tua voz de profeta, ergue novamente a tua mão, cheira, ao longe, o vulto das papoilas, mas canta. Estás no teu país Alentejano, e a tua voz é esforço, é esperança, é sangue, é poesia!” In: “Alentejo é sangue”, 2ª. edição revista e aumentada, de Antunes da Silva. Capa de Luiz Duran. Livros Unibolso. Pág.s: 173/174. Antunes da Silva   Armando  Antunes da Silva  nasceu no dia 31 de julho de 1921 em Évora e faleceu em 1997 na mesma cidade. Frequentou a Escola Comercial de Évora, abandonando os estudos aos treze anos para trabalhar num escritório. Em 1948, fixa-se em Lisboa onde, a por do trabalho na secção de publicidade e de relações públicas numa empresa industrial, se dedica à escrita. Colaborou em várias publicações, destacando-se a revista  Vértice , os jornais  O Comércio do

TRATADO DO CANTE - Crónicas:

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"HOJE... CANTO EU! Nas minhas andanças pelas terras do sul, desde muito novo apercebi-me que os meus vizinhos do Alentejo exteriorizavam as suas emoções de maneira diferente daquilo que me era dado ver no meu país algarvio: - A linguagem era muito igual, mas a maneira de cantar as alegrias e tristezas era bastante diferente: se calhar algum especialista mais avisado diria que uns e outros se completam e se calhar ainda se conseguirá uma relação antropológica (será?) entre o “Corridinho” e o “Cante”, não esquecendo as “Saias” que desde cedo ouvia aos sábados à porta do mercado de Olhão.  Muitos anos passaram, e eis que quase sem saber porquê me vejo integrado nesta problemática tão bela como intrigrante, tão controversa como original, que se chama “Cante Alentejano”. Num mundo de curiosos e entendidos como é o nosso aqui à beira-mar plantado, é muito fácil falar de tudo sem saber de nada: aí eu não alinho, confesso-me ignorante nesta matéria, mas peço licença pa