“TERRA-MÃE Lá dos campos, tristes campos, Dos campos do Alentejo, Vim ainda pequenino – E pequenino me vejo... Lá nos campos, tristes campos Da solitária planura, Nasceu a minha revolta, Nasceu a minha amargura. Lá dos campos, tristes campos, Vem a lembrança de tudo O que mais amo e desejo. Vem a fome, a sede e o sono Das terras do Alentejo!” Raul de Carvalho RAUL DE CARVALHO Alvito, Baixo Alentejo 1920/09/04 - 1984/09/03 Poeta português, natural de Alvito. Foi colaborador das revistas Távola Redonda e Árvore e Cadernos de Poesia, que, na década de 50, conglomeravam de forma irregular, mas activa, poetas de várias sensibilidades. A obra deste poeta, onde se encontram evocações da sua infância alentejana, revela a sua ligação ao neo-realismo. A fidelidade ao humano e o estilo enumerativo e anafórico são marcas da sua poesia. Os seus títulos englobam As Sombras e as Vozes (1949)