TRATADO DO CANTE - Almanaque:
“TERRA-MÃE
Lá dos campos, tristes campos,
Dos campos do Alentejo,
Vim ainda pequenino
– E pequenino me vejo...
Lá nos campos, tristes campos
Da solitária planura,
Nasceu a minha revolta,
Nasceu a minha amargura.
Lá dos campos, tristes campos,
Vem a lembrança de tudo
O que mais amo e desejo.
Vem a fome, a sede e o sono
Das terras do Alentejo!”
Raul de Carvalho
Alvito, Baixo Alentejo
1920/09/04 - 1984/09/03
Poeta português, natural de
Alvito.
Foi colaborador das revistas
Távola Redonda e Árvore e Cadernos de Poesia, que, na década de 50,
conglomeravam de forma irregular, mas activa, poetas de várias
sensibilidades.
A obra deste poeta, onde se encontram evocações da sua infância alentejana, revela a sua ligação ao neo-realismo. A fidelidade ao humano e o estilo enumerativo e anafórico são marcas da sua poesia.
A obra deste poeta, onde se encontram evocações da sua infância alentejana, revela a sua ligação ao neo-realismo. A fidelidade ao humano e o estilo enumerativo e anafórico são marcas da sua poesia.
Os seus títulos englobam As
Sombras e as Vozes (1949), Poesia, (1955), Mesa de Solidão (1955), Parágrafos
(1956), Versos - Poesia II (1958), A Aliança (1958), Talvez Infância (1968),
Realidade Branca (1968), Tautologias (1968), Poemas Inactuais (1971), Duplo
Olhar (1978), Um e o Mesmo Livro (1984) e Obras de Raul de Carvalho — I — Obra
Publicada em Livro (editada postumamente em 1993).
Recebeu, em 1956, o Prémio
Simón Bolívar, do concurso internacional de poesia realizado em Siena,
Itália.
http://asombradocastelo.blogs.sapo.pt/
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