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A mostrar mensagens de maio 29, 2016

TRATADO DO CANTE - Escrito:

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“(…) O primeiro Portugal foi o Portugal continental, o da defesa contra a Espanha, ou melhor, contra Castela, (…) o Portugal lírico e guerreiro das cantigas de amigo e das velhas trovas do cancioneiro popular; nele estiveram as raízes mais profundas da nacionalidade (…). (…) Terminada a fase de expansão, outro Portugal entrou em jogo e muito mais adaptado à sua tarefa do que o Portugal do Norte (…): é esta a vez do alentejano, andarilho de estepa, algarvio, barqueiro de porto a porto, ambos já, por subditos mouriscos, colonos e crioulos. Também, por símbolo, Raposo Tavares nasce no Alentejo, e vão das Ilhas, com raízes alentejanas e algarvias, os casais do Sul do Brasil. (…)” In: “Um Fernando Pessoa”, de Agostinho da Silva, Guimarães Editora, 1ª. Ed. Em 1959, escrita no Brasil. Lisboa, 1988, pp 29-30. …. “As Mulatinhas (…) Estando eu à porta assentado/ Gozando do fresco sem ser namorado/ Passam certo as mulatinhas/ Cabelo ondulado todas catitinhas/ Ponho o meu chapéu

TRATADO DO CANTE - Almanaque:

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MINHA MÃE AMASSA O PÃO "(...) Minha mãe amassa e sonha Com a paz de um mundo novo, Sem essa vida tristonha Que era a vida do seu povo. Minha mãe amassa e canta – Duma coisa está segura: Um dia, o sol se levanta Sobre o fim da ditadura. Minha mãe amassa e crê Na  grande família humana: Que o pão a todos se dê, E toda a gente se irmana. (...)" De António Simões

TRATADO DO CANTE - Ser do cante pelo toque da viola:

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"O CÍRCULO DO BALDÃO Depois de pastorear o olhar pela paradisíaca macieza multicolor da planura alentejana, sobrevoada de cegonhas a anunciar novo ciclo, eis-nos a refrescar a garganta na tasca da Mariana Maria na estação de Ourique, Casével, Castro Verde. Foi fácil a nossa entrada, mas se calhar não serão tão fáceis os motivos que ali nos levaram por quem éramos e por quem somos. Envolvidos como estamos com a problemática do cante alentejano, apanhar o rastro à viola campaniça leva-nos a considerar a travessia feita por Colaço Guerreiro, presidente da cooperativa “Cortiçol”, homem de paixões fortes e de sentir eficiente, homem de amor à arte e de intervenção persistente, homem de princípios com vocação para concretizar. É bom estar com homens desta têmpera que já rareiam. No entanto, os nossos objectivos eram assistir ao ensaio do conjunto das “Modas Campaniças” que é apoiado pela cooperativa “Cortiçol” e é constituído por quatro violas, por uma voz m

TRATADO DO CANTE - Escrito:

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“A CRIAÇÃO DA POESIA POPULAR PORTUGUESA (…) Havendo selecionado as cantigas deste livro em dezenas de cancioneiros regionais ou locais e em cerca de sessenta mil trovas, mais ou menos diferentes, tivemos ocasião de constatar que o acervo das mais belas quadras, das que em si guardam mais sabor e expressão popular, se canta de norte a sul e leste a oeste, em todos os cantos de Portugal. Constitui uma espécie de Bíblia lírica, de Evangelho do amor, adotado e aperfeiçoado por todo o povo português. Duas outras razões nos convenceram dessa predominante origem e genuinidade popular das trovas cantadas pelo povo. Primeiramente, o talha e a fragância rústica dessas pequenas flores. Dalgumas a beleza e o primitivismo formal são inseparáveis da linguagem do povo. Ouça-se esta quadra alentejana que reproduzimos, sem alteração de sinal gráfico, do “ Cancioneiro Alentejano ” de Victor Santos, tão pura de forma, tão cheia de côr e pitoresco desgarre: S’és galo alivanta a crista, S’é

TRATADO DO CANTE - Almanaque:

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“O “Monte” Alentejano O Alentejo é inconfundível com outras terras de Portugal. Uma planície, ou quase planície, em que o relevo apenas contradiz a platitude, e tira a monotonia, com o variado acidente. Tudo é vasto e largo. E parece desabitado, tanto a terra sobra. Quem vem do norte, onde tudo é dividido, e murado, espraia-se, distende-se na amplidão. O carro rola, quilómetros e quilómetros à hora, sem uma casa… A presença do homem é sensível nas culturas, trigo, cereais, olivedos, azinho, sobro… Récuas de porcos. De espaço em espaço, lá no horizonte, uma mancha branca, caiada, que esplende ao sol: um «monte»… Monte é montanha, serra, ao norte; aqui é casa, é casario, em torno da casa grande… onde se recolhem os produtos da lavoira, os instrumentos da agricultura, os animais domésticos, os trabalhadores, os donos… De perto, o «monte» está numa pequena elevação, a casa alvinitente, sua chaminé alta com um penteado de andaluza, uns frisos azues com barras, e em torno

TRATADO DO CANTE - Porquês do Alentejo:

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Setúbal!  Almoço num restaurante a ver o rio Sado.  Vista grada e grata!  O café, com açúcar! - Coisa doce com porquês do Alentejo.  Bem hajam!

TRATADO DO CANTE - Almanaque:

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MINHA MÃE AMASSA O PÃO "(...) Minha mãe amassa o vago, O que indefinível for – Nós come-mo-lo de um só trago, Esse pão não tem sabor. Minha mãe amassa os seus Olhos, cegos de outra luz, Pra fazer o Pão de Deus,**** Para Deus dar a Jesus. Minha mãe amassa crente Na bondade desse Deus – Só que às vezes não entende Que desígnios são os seus. **** Pão de Deus – é um tipo de bolo. (...)" de António Simões

TRATADO DO CANTE - À minha moda:

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Diz a laranja ao limão Diz a laranja ao limão Qual de nós será mais doce Sou fiel ao meu amor Assim ele p'ra mim fosse Assim ele p'ra mim fosse Fiel ao meu coração Qual de nós será mais doce Diz a laranja ao limão. Letra e música:  popular: Alentejo In:  Cota FaiAlentejo: FF CA K7-0146 1991 (K7): “Não há terra que resista” - Edição: Movieplay. Vitorino