TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE COMUNICAÇÕ DO DR. MARCOS OLÍMPIO, DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA: - Permitam-me que em primeiro lugar e intervindo a título individual, expresse, enquanto membro da Universidade de Évora, o pesar pelos trágicos acontecimentos que atingiram as populações de Quintos, Garvão, Salvada, Mértola, Sobral da Adiça e outras, lugares deste Alentejo do qual se diz no Cante que “não tem sombra senão a que vem do céu”, céu donde afinal se abateu sobre esta terra sofrida, assolada ciclicamente por secas terríveis, uma tempestade que martirizou um povo que nos abre a porta das suas casas, estou a falar que nos abre a porta das suas casas, como residente numa cidade, estou a falar dirigindo-me ao povo rural como não alentejano, que além de nos abrir a porta das suas casas, nos convida para sentar à sua mesa, e nos ...
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A mostrar mensagens de janeiro 19, 2014
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TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE - Ora boa tarde. É exactamente para marcar a presença da Federação Portuguesa das Colectividades Cultura e Recreio que vos trago a mensagem da Direcção, embora tenha posto também um cunho pessoal e queria dizer-vos que sinceramente durante a manhã da minha presença aqui no Congresso e no continuar da sessão tenho aprendido bastante e inclusivamente penso ter feito alguns contactos muito interessantes até em relação às colectividades onde eu estou envolvido. Então eu passava a ler o texto que preparei para esta sessão: José Gomes Ferreira traduziu magnificamente em verso esta maneira de estar no mundo que caracteriza a alma alentejana. “Nunca ouvi um alentejano cantar sozinho”. Um dia em Tozeur na Tunísia, ao escutar Lotfi,,, e Bosnac cantar em coro, de repente o Alentejo estava ali ...
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TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE Comunicação do dr. António Lacerda, do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Alcácer do Sal: - Muito boa tarde. Antes de mais, muito obrigado pelo convite que a organização deste Encontro teve a gentileza de me dirigir e eu sinto-me pequeno e modesto perante gente que anda há muito mais tempo nestas lides do cante e que percebe muito mais disto do que eu. De qualquer das formas como penso que é importante o contributo ou seja de todos nós, cá estou. Eu vou-vos pedir desculpa também porque a minha comunicação vai ser extremamente telegráfica, vai ser extremamente breve, mas tenho um outro compromisso em Setúbal às cinco e meia e portanto como vêem estou muito atrapalhado de tempo. E agora, telegraficamente, alguns recados, algumas ideias. Falar do percurso passado ou do percur...
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TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE - Boa tarde! Quero saudar a mesa. Quero saudar o Secretariado deste Congresso, especialmente ao Zé Pereira por este trabalho que ele tem desenvolvido até hoje e espero que ele o consiga acabar em bem. Vai-me ser muito difícil explanar aquilo que eu penso sobre o cante alentejano e o tema que está aí proposto “Modas e Modos” porque parece que se tem falado aqui de tanta coisa que eu já não sei o que hei-de dizer. Modas e Modos se calhar não se falou aqui, não? E queria, o nosso amigo Joaquim Soares, agora quando estivemos a comer cantámos ali aquelas duas modas, cantámos bem, uma maravilha! Então por que é que não cantamos as outras? Porque não queremos ou porque não podemos? Porque não podemos porque cada terra com seu uso, cada terra com seu fuso e aí é que está o problema, o grande problema d...
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TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE Comunicação do Dr. José Simão Miranda, do Grupo Coral "Os Alentejanos" da Damaia - Eu queria dizer antes de iniciar a prelecção, eu queria desde já agradecer ao José Pereira, pois este trabalho ou uma parte deste trabalho, é baseada no livro dele, o livro “Corais Alentejanos”. De resto, é um livro que se recomenda que toda a gente leia. É feita uma análise estatística dos grupos existentes baseada no número de elementos, média de idades, etnografia e depois as perspectivas para o futuro. E lembrando o que já foi dito aqui, muita coisa, os primeiros grupos a aparecerem foram em 1926 mais propriamnete o grupo de Aljustrel. Esta é a primeira formação do grupo coral. Obviamente que já se cantava há muitos anos mas os grupos não estavam formados ainda. Se calhar as minas foram pretexto para que s...
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TRATADO DO CANTE: Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 PAINEL C PERSPECTIVAS FUTURAS DO CANTE Francisco Caipirra da Associação do cante alentejano “Os Ganhões” de Castro verde. - Boa tarde a todos. Tenho a consciência que o que vou dizer nesta comunicação é polémico e poderá de alguma forma ferir algumas susceptibilidades principalmente daqueles que olham o cante e recordam com alguma nostalgia outros tempos em que a sociedade alentejana era mais solidária. No entanto, perante o estado em que o cante se encontra justifica sermos um pouco radicais e até bem irreverentes. As mudanças só se fazem, fazendo-as efectivamente. Em primeiro lugar, uma constatação, os poderes não se encontram neste Congresso, os poderes esses que tanto gostam do cante e tanto gostam da cultura e utilizam essa bandeira quando muito bem necessitam dela. Em primeiro lugar eu gostava de dar os meus parabéns à Ca...
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TRATADO DO CANTE: .......Congresso do Cante Alentejano Beja, 8 e 9 de Novembro de 1997 11H15 - PAINEL B SITUAÇÃO ACTUAL DO CANTE "Como devem ter percebido eu não sou alentejano e o que sei ou que tenho reflectido sobre o canto alentejano devo muito a algumas pessoas que estão aí e ao Sr. Manuel Gaspar, meu conterrâneo de Oeiras, alentejano de gema, e também a umas viagens que tive a sorte de fazer quando tinha 18/19/20 anos com a Juventude Musical Portuguesa e onde pela primeira vez dei conta de que existia cante alentejano. Eu pensei que dado o tema em que me integrava, apeteceu-me mais fazer uma reflexão sobre uma série de condicionantes para a situação actual do cante e também aquilo que eu penso que poderá contribuir para uma transformação desta realidade e portanto são mais os enunciados do que as respostas, mas se os enunciados fizerem sentido entusiasmam-me a mim e provave...