TRATADO DO CANTE - Escrito:
“(…)
O primeiro Portugal foi o Portugal continental, o da defesa contra a Espanha,
ou melhor, contra Castela, (…) o Portugal lírico e guerreiro das cantigas de
amigo e das velhas trovas do cancioneiro popular; nele estiveram as raízes mais
profundas da nacionalidade (…).
(…)
Terminada a fase de expansão, outro Portugal entrou em jogo e muito mais
adaptado à sua tarefa do que o Portugal do Norte (…): é esta a vez do
alentejano, andarilho de estepa, algarvio, barqueiro de porto a porto, ambos
já, por subditos mouriscos, colonos e crioulos. Também, por símbolo, Raposo
Tavares nasce no Alentejo, e vão das Ilhas, com raízes alentejanas e algarvias,
os casais do Sul do Brasil. (…)”
In:
“Um Fernando Pessoa”, de Agostinho da Silva, Guimarães Editora, 1ª. Ed. Em 1959,
escrita no Brasil. Lisboa, 1988, pp 29-30.
….
“As
Mulatinhas
(…)
Estando eu à
porta assentado/ Gozando do fresco sem ser namorado/ Passam certo as
mulatinhas/ Cabelo ondulado todas catitinhas/ Ponho o meu chapéu eu vou atrás
delas/ Fazendo melguices chamando por elas/ Venham cá eu não vou lá/ Já fui à
Baia, meu bem ao Pará.
(…)”
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