TRATADO DO CANTE - À procura das origens do Cante
"CITAÇÕES DAS CARTAS DE CLENARDO (1493 ou 1494 – 1542)
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Verum ubi primum ingressus sum Eboram, putabam me venisse in civitatem aliquam Cacodæmonum; tot ubique occurrebant Æthiopes, quos ego sic detestor, ut vel soli queant me hinc depellere. (24)
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Mal pus pé em Évora, julguei-me transportado a uma cidade do inferno: por toda a parte topava negros, raça por que eu tenho tal aversão, que só eles por si bastariam para me fazer abalar daqui. (Cerejeira, 258)
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Si qua gens ignavo ocio dedita est, nisi sit Lusitanica, nulla est prorsus. Loquor de nobis hic potissimum, qui ultra Tagum incolimus et Africa propius olfacimus. (17).
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Se há algum povo dado à preguiça, sem ser o português, então não sei eu onde ele exista. Falo sobretudo daqueles que habitam além do Tejo e que respiram de mais perto o ar de África. (Cerejeira, 251)"
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Feliciano de Mira
"Clenardo chegou a Portugal em 1533 para ser mestre do infante D. Henrique, irmão do rei D. João III e sem meias-palavras, relatou: “Mal pus os pés em Évora, julguei-me transportado a uma cidade do inferno, por toda a parte topava negros.” E quantos segredos estão por desvendar ? Entre outros, a situação dos escravos negros reprodutores no Paço Ducal de Vila Viçosa, a mais importante casa nobre portuguesa, assim como as influências dos cantos dos escravos na configuração do Cante Alentejano que a pouco e pouco estão a ser estudados e dados a conhecer."
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