TRATADO DO CANTE -Almanaque:

MINHA MÃE AMASSA O PÃO



"(...)
Minha mãe amassa o nada,
Ó pão tamanho do mundo!
E o pão cresce e alarga,
E fica alto e profundo.

Minha mãe amassa até
Sem farinha e sem fermento –
Quando ela brinca, pois é,
Faz um pão de fingimento.

Minha mãe amassa vozes
Dos que falam por falar –
Ai, esse pão fica às vezes
Com um estranho paladar.
(...)"

De: António Simões

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