TRATADO DO CANTE - Almanaque:

“QUEREM SABER? EU CONTO

(…)
Só na minha terra eu sou
Estrangeiro. É lá que me
desconheço e me desconhecem

(…)
Encosto à realidade aparente
O meu acervo de dúvidas

(…)
Amo-vos, sou
idealista. Insisto
como na pedra água

(…)
E não só ao povo em geral mas a cada um dos seus filhos em particular, havemos de dizer-lhe – como já antes de nós alguém lhe disse – homem, os que chamas grandes, parecem-te grandes porque tu estás de joelhos; levanta-te, encara-os face a face, mede-te com eles, e verás que não são maiores do que tu nem mais perfeitos; antes alguns, quando os vires de perto, parecer-te-ão tão ignóbeis, apesar dos enfeites com que se adornam, que hás-de desprezá-los ainda que não queiras.”
D. António Alves Martins, Arcebispo de Viseu (Séc. XIX).

(…)
É realmente tarde e
estamos inapelavelmente comprometidos
uns com os outros

Quer queiramos ou não a condição é
esta:
- jamais lograreis a minha e a vossa
Indiferença

Porque
para o bem e para o mal
eu SOU convosco!...

(...)"

António Monginho. “Vivo entre o sonho e a vigília. Estou e ausento-me.” Nasceu em Évora.
  




In: “Cantares de amigo – Poemas”. Foto da capa de pintura de Álvaro Gonzaga. Edição da Câmara Municipal de Almada. 1983. Pág.s 7 a 27.

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