TRATADO DO CANTE - Cancioneiros:
“Cancioneiro Alentejano”, Comentário, recolha e notas de Victor Santos, Prefácio de Hernâni Cidade. Capa de António Duarte. Edição especial do Grémio Alentejano (Casa do Alentejo de Lisboa). 1938.
Do
prefácio de Hernâni Cidade:
“Numa
tarde de Maio de 1918, éramos eu e outros oficiais portugueses do
C.E.P. transportados como cativos dos alemães através da Prússia
Oriental Oriental.
(...)
Olhei
vagamente a paisagem. E como o comboio atravessasse agora campos
perguiçosamente ondulavam, todos cobertos, a perder de vista, da
esmeralda das gramíneas.
-
Talqualmente o meu Alentejo! - exclamei, em súbito e íntimo
alvoroço.
(...)
Como
eu me senti profundamente alentejano, quero dizer, como que plasmado,
em meu ser físico e moral, da substância moral e física da minha
terra, tão distante no tempo e no espaço!
(...)
O
prórpio olhar parnasiano do Conde de Monsaraz não se contentou de
fixar aspectos exteriores. Ouvindo os bêbados a cantar em segundas,
nas noites caladas, abraçados em grupos, sente em seu coro
arrastado, soturno, indolente, não só a alma do povo, mas
também
…
os ais e os lamentos
Que
às vezes se escutam na leva dos ventos
Na
voz, no marulho das coisas profundas.”
Pág.s:
IX, X e XIV.
Comentários