TRATADO DO CANTE – Festas, Feiras e romarias:
BEJA
– Feira de Agosto
“A
saudade é um sentimento próprio e inerente aos portugueses. Desde
sempre os portugueses espalhados pelo mundo sentiram este sentimento
do seu Portugal.
Com
os novos tempos chegaram alguns arautos a denegrir o saudosismo, para
nos dizerem que o importante era andar para a frente a procura do
progresso.
(…)
Era
o encontro e o reencontro dos que trabalhavam arduamente nos campos
do nosso Alentejo, o pagamento das rendas que era feito, não através
de contratos assinados, mas tendo como o maior fiador a palavra dos
intervenientes.
(…)
E
tínhamos as Portas de Mértola e a “Meia Laranja” repletas de
gente do nosso Alentejo, promovendo o convívio que agora quase não
existe.
Alinhando
tudo, ouviam-se os cantares dolentes e cheios de significado do
Alentejo verdadeiro que é o Baixo Alentejo.
Temos,
logicamente, saudades da nossa Feira de Agosto que foi maltratada e
depois desapareceu de morte natural.
O
saudosismo faz-nos relembrar muita coisa boa que tínhamos e que, sem
razão, deixou de nos pertencer.”
In:
“Diário do Alentejo” de 21 de Agosto de 2009.
Fonte:
“Torre de (Ho)menagem – crónicas de um homem do Alentejo”. De
João Covas Lima. Edição de Mercado das Letras Editores. Capa de
Ricardo Andrade. Paginação de Francisco Rodrigues. 1ª. Edição de
Fevereiro de 2010. Pág.s 11 e 12.
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