09 006 TRATADO DO CANTE – Escrito:
CANTAREI
Cantarei,
como canta a cotovia,
Cantarei,
como canta o rouxinol,
Cantarei,
até ao findar do dia,
Cantarei,
até ao nascer do Sol.
Cantarei,
para a solidão dos montes,
Cantarei,
para os vales, para a serra,
Cantarei,
para os rios, para as fontes,
Cantarei,
para Pias minha terra.
Cantarei…
cantarei… eu cantarei…
Cantarei,
p’ra pastores e moirais,
Cantarei,
com carinho e união…
Cantarei,
p’ra camponeses – rurais,
Cantarei,
para a nova geração.
Cantarei,
para montes e casais,
Cantarei,
num cantar, que mais invejo,
Cantarei,
para filhos, para pais,
Cantarei,
para o querido Alentejo.
Cantarei…
cantarei… eu cantarei…
Cantarei,
p’ro Barreiro, p’ra Lisboa,
Cantarei,
p’ro rio Tejo assim o quis,
Cantarei,
mas para qualquer pessoa,
Cantarei,
para Portugal -meu País.
Cantarei,
com carinho e Amor na Terra,
Cantarei,
do fundo do coração,
Cantarei,
para que não haja guerra,
Cantarei,
pela Paz e haja pão!
Cantarei…
cantarei… eu cantarei…
in:
“Recordar… É Viver”, de Manuel Lourenço Lopes Monteiro.
Nascido em 1921, em Pias, Serpa, Portugal.
Fonte:
“POIESIS” Antologia de Poesia e Prosa Poética Portuguesa
Contemporânea. Volume V. 92 Autores. Coordenação de Ângelo
Rodrigues. Maio de 2001. Pág. 161.
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