TRATADO DO CANTE – À minha Moda: O Que é o Cante?
05 01 – Cante
„De Sobre Portugal
Nestes Tempos do Fim onde merecemos viver, pois que neles nascemos – e onde, portanto, temos de viver assumindo, cada um de nós, o nosso destino como parte, também das egrégoras (das pessoas coletivas) às quais estamos ligados -, a Poesia deveria ser particularmente iluminadora.
(...)
A vanguarda portuguesa foi a única, de todas as vanguardas europeias, que ulteriormente reencontrou a tradição, no sentido ultra-religioso do termo“. (pág. 9) (André Coyné).
„De Antelóquio
Este cante é o de todos os seres
«Eternos moradores do luzente
Estelífero Polo e claro Assento».
E daí decorre o bom aviso com que dealbamos sugerindo que se consagre como vínculo da nacionalidade a língua que cantou os Lusíadas. Que baste articulá-la a quem demanda a nação.
(...)“ (pág. 11)
De „XI
Palavra
1
A palha da vida é para arder
Cozendo o pão onde gravitamos seguindo
O sol. Cante é consciência
deste movimento, saber
a cada instante
que é vigem de vida
ou de morte.
Que este cante não naufrague
Porque o que diz de verdade
É respirar de dormente
Que gota a gota descobre
O acordar do ausente.
(...)“
(Pág.s 73/74)
In: „Cante Quinto“, de Francisco Palma Dias. Coleção Poesia e verdade. Guimarães & Cª. Editores. 1981.
Comentários